Setor imobiliário e de construção ajudou PIB em 2021 e deve puxar atividade este ano, diz presidente da Caixa
Segundo o executivo, a carteira imobiliária da Caixa deve crescer entre 10% e 15% este ano.
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmou nessa sexta-feira (4) que o setor imobiliário e de construção civil ajudou o PIB em 2021 e deve impulsionar a atividade de novo este ano. Em entrevista ao Valor, ele comentou que era mais otimista que o mercado sobre a economia em 2020 e 2021, e suas previsões acabaram ficando mais perto da realidade.
“Eu acho que o PIB vai crescer 2%
este ano. Quando as perspectivas para 2020 eram de queda de 8%, 10% do PIB, eu
falava que ia cair 3%, 4%... e era ridicularizado, mas, no fim, caiu 4%. Para o
ano passado, eu falava que ia crescer entre 4,5% e 5%, e ficou em 4,6%”, diz.
Para este ano, a mediana da pesquisa Focus é de expansão de 0,3%, bem abaixo
dos 2% estimados por Guimarães.
Para o presidente da Caixa,
previsões do mercado são imprecisas porque muitas vezes se baseiam nas
dinâmicas das grandes capitais.
A Caixa, por sua vez, atua nos rincões do país e tem um crédito muito pulverizado, então consegue medir melhor o pulso da atividade. “Nossa originação no imobiliário bateu recorde em janeiro e fevereiro, e o agro também está com uma demanda muito forte. E nós temos 70% do mercado imobiliário. Não acho que isso esteja incorporado nas projeções do mercado”.
Para Pedro Guimarães, previsões
do mercado são imprecisas porque muitas vezes se baseiam nas dinâmicas das
grandes capitais
Segundo o executivo, a
carteira imobiliária da Caixa deve crescer entre 10% e 15% este ano, após a expansão
de 9,2% em 2021.
O aumento deve ser puxado pelo
financiamento com funding da poupança (SBPE), que deve ter alta de 20% a 25%.
Para o financiamento com FGTS – programa Casa Verde e Amarela –, como os
recursos não dependem do banco, e sim do conselho curador do fundo, a Caixa
trabalha com uma projeção de crescimento zero. “Mas nós vamos fazer 100% do que
o FGTS aprovar”.
Sobre o microcrédito, Guimarães
afirmou que a Caixa já está montando seu programa, independentemente de
eventuais outras políticas do governo. Questionado, por exemplo, sobre a
proposta de uma espécie de crédito consignado atrelado ao Auxílio Brasil, ele
disse que o banco não participa diretamente das discussões.
“O que nós estamos fazendo é o
microcrédito, oferecendo opções mais atrativas para 40 milhões de pessoas que
antes pagavam juros de 15%, 20% ao mês, porque não tinham como comprovar renda,
e agora vão pagar algo perto de 3%”.
Ele lembrou ainda que, quando o governo liberou a linha de antecipação do FGTS, a Caixa rapidamente colocou o financiamento de pé e hoje lidera com folga esse mercado.
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